O que são os diagramas de arquitetura?
Usados em diferentes etapas projetuais, os diagramas de arquitetura são um importante elemento gráfico, que transmite informações em forma de síntese, traduzindo noções abstratas para conceitos visuais. Dessa forma, junto com outras peças da representação gráfica, garantem melhor comunicação e compreensão por parte do cliente, ajudando a vender ideias.
Em arquitetura, por exemplo, os diagramas podem aparecer durante estudos iniciais, organização de fluxos, análises de projeto, desenvolvimento da volumetria, dentre outras situações. Basicamente, pode-se explicar qualquer parte de uma proposta a partir do uso de diagramas.
Por isso, para arquitetos ou estudantes, assim como designer de interiores e diversas outras áreas, os diagramas são fundamentais durante o desenvolvimento e principalmente a apresentação de um projeto.
Como esse artigo está estruturado
- Quais tipos de diagramas de arquitetura existem?
- Qual a importância do diagrama de arquitetura na apresentação do projeto?
- Como fazer um diagrama de arquitetura?
- Quais programas usar em cada situação?
Quais tipos de diagrama de arquitetura existem?
Conforme mencionado anteriormente, qualquer etapa pode ser apresentada com o uso de diagramas. Ou seja, estes podem ser feitos como estudos e análises projetuais ou como sínteses para explicação das concepções. Mas existem situações em que se torna mais comum o uso desse recurso, sendo divididas nos seguintes grupos:
Entorno / Terreno
- Elaboração de esquemas ou masterplan que mostram o entorno e elementos de destaque, como vegetação, corpos d’água, principais vias ou pontos de transporte público.
- Cartografia da Paisagem
Os diagramas de Cartografia da Paisagem são baseados na Teoria da Deriva de Guy Debord, que propões uma nova forma de vivenciar a cidade e narrar essa experiência. Através da psicogeografia, ou seja, os efeitos do ambiente urbano no comportamento e emoções do ser humano, o indivíduo flana pela cidade, em um andar sem rumo guiado pelo próprio ambiente urbano.
Inspirado no Surrealismo e movimento Dádá, usa a fragmentação e descontinuidade das cidades para elaboração de um mapa com o vazio como percurso. Nesse sentido, os esquemas tem o intuito de demonstrar a compreensão do espaço ao invés da descrição de sua real configuração.
Então, as flechas indicam as direções espontâneas psicogeográficas entre essas “ilhas” urbanas, sugerindo o caminhar pela paisagem para o encontro de nossas próprias conexões em uma análise sentimental do espaço.
- Demonstração de condições climáticas, como posição do sol durante diferentes estações e direções dos ventos.
- Ilustração dos limites legislativos aplicados ao terreno, através de mapeamento ou modelo de exemplo.
- Apresentação da implantação do projeto em seu terreno, podendo aparecer por exemplo em conjunto com os estudos climáticos, assim como demonstração dos acessos e circulação.
Circulação / Setorização
- Disposição do programa, mostrando a relação entre as atividades.
- Fluxograma com a hierarquização e organização das principais circulações, apresentando, por exemplo, áreas que se conectam e acessos, onde o tipo de linha representa se essas conexões são mais diretas (linhas grossas) ou indiretas (linhas finas ou pontilhadas).
- Zoneamento dos espaços de acordo com a sua função, demonstrando de forma clara o uso de cada ambiente.
- Apresentação de diferentes usos a partir de esquemas.
Morfológicos
- Análises da morfologia urbana
A morfologia urbana analisa as formas da cidade e os elementos que a constituem, sendo estes divididos em sistema de edifícios, sistema de parcelas (lotes) e sistema de ruas. Diversos estudos e diagramas podem ser desenvolvidos nessa etapa, contudo, alguns dos mais comuns são os de cheios e vazios, gabaritos e tipologias.
- Estudos de formas e configuração da própria estrutura externa, demonstrando a volumetria e implantação, assim como sua evolução ao longo do projeto e elementos que influenciaram nessas transformações.
Construtivos
- Apresentação de detalhes construtivos essenciais para o projeto e como estes funcionam.
- Composição da estrutura, podendo incluir materialidade, de forma a tornar compreensível o funcionamento do sistema.
Qual a importância do diagrama de arquitetura na apresentação do projeto?
Antes de tudo, por proporcionarem a visualização das informações de forma mais prática, os diagramas auxiliam na apresentação do projeto, garantindo melhor compreensão do seu conteúdo. Podem demonstrar a evolução das diferentes etapas projetuais, assim como qualquer parte de destaque que não seria interpretada da mesma forma apenas com o uso de desenhos técnicos, ou mesmo perspectivas.
Além disso, em situações nas quais o espaço para ilustração do projeto é reduzido a um formato específico, como entregas da universidade ou concursos, os diagramas tendem a ocupar menos área para exemplificar algo que iria necessitar de dimensões maiores, caso se optasse por usar apenas imagens e texto.
Por fim, outra vantagem é que a organização dos diagramas na apresentação permite uma leitura do projeto que conduz o discurso, evitando o uso excessivo de texto e a leitura de anotações como guia. Mas de toda forma, além desses componentes visuais, a composição de um memorial é indispensável.
Contudo, a adoção dos diagramas para apresentação deve ser feita junto com outros componentes da expressão gráfica, como o desenvolvimento de perspectivas que ilustrem bem o projeto, humanização dos desenhos técnicos, elaboração das pranchas ou outros formatos de apresentação.
Como fazer um diagrama de arquitetura?
Antes de mais nada, para começar a produzir diagramas, a primeira questão é qual situação você precisa ilustrar e que tipo de diagrama melhor atende essa função. Os desenhos precisam ser claros na hora de passar a informação, por isso, organizar as ideias e esboçar os diagramas antes de produzir sua versão final faz com que estes tenham melhor qualidade.
Em seguida, após decidir o que se pretende com o diagrama, é necessário escolher de que modo ele será feito. Nesse sentido, a opção mais comum é usar algum software, a depender do tipo de diagrama. Mas também pode-se elaborar os diagramas manualmente como croquis e posteriormente digitalizá-los. Algumas questões a se considerar na sua elaboração:
- Primeiramente, os diagramas devem passar as informações em forma de síntese, de modo que a sua leitura não se torne muito complexa.
- A paleta de cores utilizada deve ser escolhida com cuidado e ter harmonia com a expressão gráfica no restante do projeto.
- Quando possível, trabalhar com fundos que não sejam chamativos, ou sem o fundo.
- É necessário apresentar uma hierarquia visual, para proporcionar uma melhor leitura. Tanto em relação a espessura das linhas, opacidade de camadas, quanto a escala dos objetos.
- Diagramas de um mesmo elemento costumam estar na mesma escala, ao menos em situações onde se pretende dar destaque através da diferença de dimensões.
- Assim como a paleta de cores deve ser única para todo o projeto, é ideal que os diferentes diagramas tenham uma unidade visual, quando possível, evitando a poluição visual da apresentação.
Quais programas usar em cada situação?
Em suma, a definição do software depende unicamente do tipo de diagrama a se desenvolver. Cada caso conta com necessidades específicas, além do domínio que o autor tem dos programas.
Imagens
Em muitos casos, o diagrama elaborado parte do uso de alguma imagem ou mapa, e nesses casos, mais comumente faz-se o uso do Photoshop ou outros editores de imagem. A aplicação de cores, linhas, texto ou demais elementos é feita em sobreposição a uma imagem base ou colagens.
Vetor
O emprego de vetores traz certa vantagem, pois permite que os diagramas tenham sua escala alterada sem perder qualidade. Programas como o Illustrator ou Corel Draw são os mais indicados e a produção dos diagramas pode ser feita diretamente neles ou a partir de linhas importadas de outros softwares.
Modelagem 3D
Principalmente para demonstração da volumetria, mas podendo ser usado em diversas situações, as modelagens em 3D para diagramas trazem um aspecto visual muito interessante. O SketchUp é um dos softwares mais intuitivos e práticos para essa função, mas quaisquer outros podem ser usados.
Também se pode utilizar a modelagem exportada para outros programas, usando as linhas como vetor ou imagens posteriormente editadas.
Render
A depender da função do diagrama, o desenvolvimento do modelo e render pode ser uma ótima opção para ilustrar de forma mais real determinado aspecto do projeto. Em alguns casos, o render é elaborado com materiais mais simples ou apenas cores, pois o intuito é apenas representar de forma visual alguma informação. O V-Ray, um plug-in que pode ser instalado no SketchUp e outros programas, é uma boa opção para a renderização.
Conclusão
O uso de diagramas é um elemento essencial na representação gráfica do projeto de arquitetura. Sua elaboração pode ser feita em diferentes etapas, para estudo ou apresentações finais, sendo uma ferramenta muito versátil e adaptável a cada situação.
Para desenvolvimento de um bom diagrama é necessário compreender bem sua função, assim como organizar ideias e trabalhar com a síntese de informações. Além disso, o domínio dos programas escolhidos e das noções de expressão gráfica garante um melhor produto.
Com o intuito de guiar a elaboração de diagramas de arquitetura, esse artigo apresenta algumas de suas características, mas sua concepção vai muito além e, assim como a pesquisa de referências, a prática é fundamental. Se atualizar, aprender a usar os softwares e estudar através de consultas e cursos, como os da Plataforma Projetou.com.br, são meios para cumprir esse objetivo.
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