O que é Arquitetura Minimalista?
A Arquitetura Minimalista consiste em um estilo arquitetônico originário a partir da Arquitetura Modernista e de outros estilos vanguardistas arquitetônicos que se manifestaram durante parte do século XX.
As suas características fundamentais são: o emprego de poucos elementos decorativos, o design simplificado e a pureza das suas formas geométricas.
Desde o seu surgimento, o Minimalismo exerce forte influência sobre a Arquitetura, o design de interiores e outras áreas relacionadas com o design gráfico e com as Artes, sendo ainda, respeitado como um estilo de vida a ser adotado.
Desse modo, o Minimalismo é um estilo arquitetônico com alta popularidade nos dias de hoje, sendo amplamente adotado nos mais diversos tipos de projetos arquitetônicos e artísticos em geral.
Por esse motivo, é importante que os Arquitetos conheçam esse estilo arquitetônico e saibam utilizá-lo para compor os seus projetos.
Para isso, é preciso entender como ele surgiu e quais são as suas principais características, a fim de compreender como ele pode ser empregado nos mais diversos projetos arquitetônicos.
Como este Artigo está estruturado
- Quando Surgiu a Arquitetura Minimalista?
- Características da Arquitetura Minimalista
- Principais Arquitetos e Obras
- Como adotar a Arquitetura Minimalista nos projetos?
Quando Surgiu a Arquitetura Minimalista?
A Arquitetura Minimalista surgiu em meados do século XX, não se sabe ao certo quando exatamente o movimento teve início. Algumas referências apontam que ela surgiu a partir da década de 1960 nos Estados Unidos. Outras afirmam que ela se originou do Pós-Modernismo europeu.
O que se sabe é que o Minimalismo adota características semelhantes às de movimentos vanguardistas nascidos após a Segunda Guerra Mundial tais como o Modernismo.
O minimalismo valoriza a lacuna dos espaços, a simplificação dos elementos e a ausência de adornos. Todas essas características podem ser observadas em movimentos iniciados na década 1920 como o De Stijl e a escola Bauhaus.
O movimento De Stijl (O Estilo) prezava pela simplicidade e abstração a fim de enaltecer as formas e cores fundamentais, por isso adotavam uma filosofia baseada em:
- Uso de cores primárias;
- Uso do purismo de elementos;
- Uso das formas geométricas;
- Planos retilíneos
- Dentre outros.
A Bauhaus fomentava a produção em escala e a inclusão da tecnologia no meio artístico tendo como princípios fundamentais:
- Valorização do Funcionalismo;
- Simplificação dos elementos;
- Uso de materiais inovadores (aço, vidro, madeira etc.);
- Redução das formas;
- Dentre outros.
Contudo, a partir da década de 1940, o Minimalismo ganhou uma interpretação definitiva através de uma frase dita pelo arquiteto Mies van der Rohe – “Less is More” (Menos é mais). A expressão certamente traduz tudo aquilo que o minimalismo representa.
Além dos movimentos citados, a Arquitetura Minimalista também possui semelhanças e características compartilhadas com outros estilos como a cultura japonesa, escandinava, o construtivismo russo e movimentos europeus como o cubismo e o neoplasticismo.
Características da Arquitetura Minimalista
O movimento Minimalista assim como os movimentos artísticos citados que tiveram influência sobre a sua origem, rompeu com estilos anteriores a si como clássico e o romântico, que prezavam pelo uso de uma estética rebuscada e chamativa.
A Arquitetura Minimalista possui como fundamentos principais a funcionalidade dos ambientes que deve estar acima da estética e que a estética seja limpa e objetiva.
Nesse sentido, a Arquitetura Minimalista usa de formas puras, retilíneas e geométricas, layouts funcionais e estética simplificada com foco em determinados objetos isoladamente.
A seguir, as principais características da Arquitetura Minimalista:
- Valorização da iluminação natural;
- Funcionalidade e simplicidade dos espaços;
- Layouts multifuncionais;
- Estruturas claras;
- Redução de elementos decorativos;
- Emprego de materiais que focam na identidade visual;
- Emprego de formas puras e geométricas simplificadas;
- Dentre outros.
Principais Arquitetos e Obras
O trabalho desempenhado pelo arquiteto Gerrit Rietveld na Casa Schroeder (1924) é considerado o precursor quando se trata do minimalismo na arquitetura.
O Minimalismo teve suas primeiras manifestações nos Estados Unidos durante a década de 1950 acompanhando tendências consideradas reducionistas que criticavam o estilo de vida comercial e consumista americano, com isso suas características passaram a ser adotadas na arquitetura e design locais.
Posteriormente, Mies van der Rohe empregou em muitas de suas obras influências da arquitetura minimalista. Um exemplo notório é a Casa Farnsworth (1954) que adota a integração entre o volume envidraçado com a paisagem local, usando a transparência para realçar o interior da residência.
Alguns projetos minimalistas relevantes incluem a o museu 21 21 Design Sight (2007) localizado em Tóquio e a Igreja Luz (1989) em Osaka, ambos projetos do arquiteto japonês Tadao Ando.
A Igreja Luz a qual conta com um design totalmente limpo e a valorização da iluminação natural que adentra o ambiente através da forma em cruz em uma das fachadas.
Outros projetos importantes são a Domus Aurea (2014) projetada por Alberto Campo Baeza e o Teatro-Auditório de Llinars del Vallés (2015) de Álvaro Siza Vieira.
No Brasil, alguns arquitetos modernistas se destacaram ao utilizarem características minimalistas em suas obras. É o caso de Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha, cujo Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (1995) em São Paulo é considerado o modelo ideal de arquitetura minimalista brasileira.
Outros arquitetos que possuem obras importantes neste estilo no Brasil são: Marcio Kogan e Isay Weinfeld.
Alguns outros nomes importantes para a Arquitetura Minimalista são:
- David Chipperfield;
- Eero Saarinen;
- Frank Lloyd Wright;
- I,M, Pei;
- Jean Nouvel;
- Jonh Pawson;
- Mario Botta;
- Philip Jonhson
- Ryue Nishizawa;
- Shigeru Ban;
- Yasuhiro Yamashita;
- Dentre outros.
Como adotar a Arquitetura Minimalista nos projetos?
Agora que já vimos quais as principais características da Arquitetura Minimalista e alguns exemplos de obras no Brasil e no Mundo, podemos entender sua importância e como todas essas características podem ser empregadas em projetos contemporâneos.
O Minimalismo é aplicado na Arquitetura e no Design de Interiores por meio de elementos considerados únicos e inovadores e que são usados especificamente em cada tipo de projeto.
Projetos residenciais e comerciais são concebidos através de formatos simplificados cujos ângulos e formas geométricas são puras, com fachadas totalmente limpas de decorações.
Como revestimentos e acabamentos são valorizados materiais como o concreto, metais, vidros, espelhos e madeiras responsáveis por atribuir uma estética limpa e elegante as construções.
A cartela de cores utilizada em projetos minimalistas prioriza o uso como base de tons claros como bege, off-white e cinza. Cores em tons de marrons, cinza, preto e metalizados são usados como pontos focais na decoração.
Os mobiliários seguem as mesmas tendências simplificadas tendo preferência por aqueles considerados planejados e multifuncionais e que permitam maior aproveitamento dos espaços. É bastante comum o uso de conjuntos de mesa e cadeiras, sofás, bancadas e cabeceiras com design retilíneos diferenciados.
A iluminação natural é um fator de extrema importância em projetos minimalistas sendo sempre valorizada através do uso de amplas aberturas e outros métodos que permitam a sua entrada nos ambientes.
Conclusão
Ao longo desse artigo foi possível entender o que é a Arquitetura Minimalista, suas características principais e sua importância para a concepção atual das Artes, Arquitetura e Design.
Vimos por meio de algumas obras e arquitetos importantes, algumas características adotadas por esse estilo arquitetônico, que podem ser utilizadas em projetos contemporâneos.
A finalidade deste artigo é auxiliar o entendimento a respeito da Arquitetura Minimalista, abordando alguns de seus aspectos principais e orientações básicas que podem ser empregadas em projetos arquitetônicos.
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