O que é o espaço público?
O espaço público se entende como toda área de livre acesso da população que é pertencente e de responsabilidade do poder público.
Dentro da cidade o espaço público se compreende de diferentes maneiras e com usos distintos, muitas vezes entendidos como praças, parques e vazios urbanos ocupados por mobiliários e equipamentos.
A infraestrutura e o contexto urbano local são alguns dos fatores determinantes para um espaço público ser bem aproveitado pela população do seu entorno.
Em cidades inteligentes onde a sustentabilidade é colocada em foco, os espaços urbanos são voltados para o lazer, a contemplação e a conexão com a natureza.
Esses espaços são mantidos pelo poder público com o objetivo de democratizar a cidade, ou seja, dar o direito ao cidadão de ocupar e utilizar dos recursos públicos da cidade.
O arquiteto e urbanista que trabalha em conjunto com o poder público tem grande importância em projetar e distribuir de maneira proporcional os investimentos da cidade em espaços públicos de qualidade para garantir o melhor uso para a população.
Pensando nisso, preparamos esse artigo para você entender melhor qual o papel do espaço público no urbanismo.
Como esse artigo está estruturado
- Qual a função do espaço público na cidade
- Quais são os principais tipos de espaço público dentro do urbanismo
- Quais os impactos positivos de uma cidade com espaço público de qualidade
- Conclusão
Qual a função do espaço público na cidade
Os espaços públicos distribuídos ao longo da cidade são capazes de determinar muitas características locais, uma vez que são responsáveis por unir as demais edificações e espaços privados.
Dessa forma, os espaços públicos representam a imagem da cidade, sendo capazes de ressaltar pontos como segurança, limpeza e a movimentação local.
Logo, percebe-se que a função do espaço público na cidade está relacionada a diversos tópicos, os principais são:
1. Divisão da cidade
Ao longo dos anos alguns arquitetos e urbanistas propuseram modelos de cidades ideais, com traçados planejados e espaços divididos e separados por funções.
Brasília é um dos exemplos de execução desses projetos, onde seu traçado foi planejado por uma equipe que dividiu as quadras em residência, trabalho e comércio.
Essa separação gera a monofuncionalidade, que em consequência gera desequilíbrio em fluxos, horários e funções, causando desarmonia na cidade.
Uma vez que diminuem os fluxos quando diversas quadras apresentam somente residências, sem vazios urbanos com espaços públicos de lazer ou comércio, por exemplo.
O mesmo se dá para áreas que concentram edificações institucionais ou comerciais, que funcionam em horários específicos e após esse período perdem o volume de pessoas, gerando superlotação durante o dia e insegurança durante a noite.
2. Qualidade de vida dos habitantes
A qualidade de vida dos habitantes de uma cidade pode ser determinada por diversos fatores, como segurança, espaços públicos de lazer, calçadas e vias de acesso e iluminação pública, por exemplo.
Cidades sustentáveis, ou seja, com mais áreas verdes e espaços públicos de lazer possuem maior índice de qualidade de vida de seus habitantes, uma vez que o contato com a natureza influencia diretamente a saúde mental e física dos usuários.
Isso se dá tanto em espaços abertos quanto em edificações que utilizam a biofilia ou a arquitetura bioclimática, promovendo maior conforto térmico dentro dos ambientes.
O arquiteto e urbanista que trabalha em conjunto com o poder público tem o papel de planejar e projetar espaços que atendam essas necessidades.
Além de adequar as cidades e os espaços existentes a novos usos baseados nas demandas locais, se atentando a aproveitar os vazios urbanos da melhor maneira para o meio ambiente e para a cidade.
Quais são os principais tipos de espaço público dentro do urbanismo
Os espaços públicos se apresentam de diversas maneiras dentro de uma cidade, bairro ou município.
Para projetar espaços públicos eficientes e sustentáveis, que promovam maior qualidade para o seu contexto urbano, você deve analisar as demandas locais e ouvir os usuários daquela região.
Além de realizar uma análise urbanística, que envolve o estudo de fluxos e horários, e a diversidade das funções das principais quadras e blocos.
Separamos alguns dos principais espaços públicos e como eles podem influenciar a vivência urbana local:
1. Parques
Os parques urbanos são geralmente espaços com grandes áreas verdes que concentram locais reservados para a população, servindo tanto para lazer, como contemplação e realização de eventos e manifestações.
Parques públicos podem apresentar diversas atividades, como trilhas, jardins sensoriais, exposições rotativas, parquinhos infantis e espaços para piqueniques.
2. Praças
As praças são mais numerosas que os parques, pois possuem uma área bem menor e geralmente não concentram grandes áreas verdes, como alguns parques de preservação ambiental.
Esses espaços públicos são destinados a atividades de lazer e possuem equipamentos e mobiliários urbanos que reforçam essas atividades, como equipamentos de academia ao ar livre, parquinhos infantis, bancos ou outros mobiliários.
3. Centros de convivências
Os centros de convivências são locais que promovem atividades em grupo e o fortalecimento dessas relações. Podendo ser um centro de apoio comunitário ou centros culturais.
São locais que além de apresentarem espaços ao ar livre também contam com edificações de apoio para essas atividades, onde podem ocorrer oficinas, aulas e exposições.
Quais os impactos positivos de uma cidade com espaço público de qualidade
Uma cidade que possui espaços públicos sustentáveis de qualidade tem reflexos positivos em diversas camadas, tanto na cidade e no meio ambiente quanto nos seus usuários e na qualidade de vida.
Separamos alguns tópicos com os maiores impactos positivos de uma cidade com espaços públicos de qualidade:
1. Multifuncionalidade
Ao contrário da monofuncionalidade, citada no tópico acima, a multifuncionalidade traz uma diversidade de usos para o mesmo espaço, aproveitando a cidade de maneira equilibrada.
Quadras que concentram diversos usos promovem um fluxo constante de pessoas, em diferentes horários, tornando o ambiente mais seguro e receptivo.
Isso também influencia diretamente na convivência e disseminação cultural, com espaços sendo ocupados por eventos, manifestações e encontros.
2. Percepção do espaço
Ao incluir diversidade de usos ao longo das quadras e distribuir equipamentos públicos em vazios urbanos a percepção do espaço muda e traz diversos benefícios.
As pessoas se sentem mais confortáveis e seguras em andar e ocupar espaços convidativos e atrativos, não apenas esteticamente, mas que apresentem boa caminhabilidade e segurança.
3. Áreas verdes
Espaços com áreas verdes contribuem para a melhora na qualidade de vida dos seus usuários, sejam de pouca ou longa permanência.
A biofilia estuda a conexão natural entre o ser humano e o meio ambiente, determinando que o convívio em ambientes ou espaços com áreas verdes seja capaz de trazer impactos positivos reais para a vida e o dia a dia dos usuários.
Dessa forma, é de extrema importância que os espaços públicos promovam o contato com a natureza, com o urbanismo sustentável, seja através de parques com áreas extensas de vegetação ou pequenos jardins ao longo da cidade.
4. Economia criativa
A economia criativa é definida pela geração de renda e comércio através de uma atividade ou recurso local, ou seja, o “saber fazer” que é definido como Patrimônio Imaterial.
Espaços públicos podem servir de palco para artesãos e comerciantes locais, tanto para produzir, quanto para vender seus produtos e serviços.
Além de abrir espaço para mais visibilidade, gerando interesse em consumir e aprender mais de determinada cultura.
5. Pertencimento
Gerar identidade entre a população e o local que habitam é o ponto principal para o sentimento de pertencimento.
Esse sentimento gera na população maior cuidado, atenção e apego, fazendo com que preservem seus espaços públicos e invistam seu tempo em ocupar esses locais.
Uma boa estratégia para gerar sentimento de pertencimento são projetos participativos, onde os arquitetos e urbanistas escutam as demandas da população local para elaborar um briefing e um programa de necessidades dos próximos equipamentos.
Conclusão
Ao longo desse artigo foi possível entender o que é espaço público e qual o seu papel no urbanismo, compreendendo suas variações e vantagens na cidade, além do impacto positivo na qualidade de vida dos seus habitantes.
Os espaços públicos estão presentes em diversos momentos do dia a dia e precisam ser bem planejados para atuar de maneira eficiente no funcionamento da cidade.
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